sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

VENEZA

14 de setembro de 2009


Tomamos café e converso com algumas pessoas que ontem estavam no avião. O casal de mexicanos não sei o porquê fica frio diante minha presença. O ônibus nos espera para irmos à Veneza. Sempre alguém demora. A guia Ana é uma pessoa super delicada e atenciosa. Mora na Espanha, mas acho que é italiana. Elogio a coruja que tem no seu blazer e ela comenta: por que os brasileiros gostam de corujas? Porque é o símbolo da sabedoria, respondo eu. Está sempre com a deusa da Justiça. E falo baixinho. “Ela consegue ver no escuro o que ninguém percebe.” Ela ri.
\
Todos a bordo, rumo Veneza. Primeiramente é necessário tomar uma embarcação. Lá vamos nós. Começa a chover fino. Estamos agora em Veneza. Andamos pelas ruas ao lado do cais com não sei quantas embarcações. Camelots me seduzem com as suas máscaras. Levo um guarda chuva e preciso abri-lo, a chuva nos respinga. Conheço uma brasileira que mora no Rio. Jovem, mas meio séria e emburrada demais para meu gosto. Protejo-a com o guarda chuva. Todos compraram capas durante o dia para se abrigarem. Eu também na parte da tarde. Mas, a maldita que me custou cinco Euros rasgou toda. Estamos agora na Praça de São Marcos que é lindíssima.

A Praça de São Marcos (em italiano: Piazza San Marco é a única praça de Veneza e é seu principal destino turístico com permanente abundância de fotógrafos, turistas e pombos. Atribui-se a Napoleão Bonaparte, embora muito provavelmente o deva fazer-se a Alfred dew Musset a autoria do epíteto de le plus élégant salon d'Europe (o salão mais belo da Europa). Também é o único grande espaço urbano numa cidade eurppeia onde as vozes das pessoas se impõem sobre os sons do tráfego motorizado, o qual está restrito aos canais da cidade. (Wikipedia)












Pena tantos turistas. Mas estes alimentam Veneza assim como os pombos. A praça tem sido sempre o centro de Veneza. Foi o local onde se deram todos os importantes eventos da história da República de Veneza e é a base do arcebispado desde o séc. XIX. Foi o foco de muitos festivais e é um lugar imensamente popular. Pena não ser Carnaval. A Praça de São Marcos é o lugar mais baixo de Veneza, e quando a água sobe no Mar Adriático por tempestades ou excesso de chuva é o primeiro lugar que inunda. A água drena diretamente para o Grande Canal, o que é ideal quando chove, mas quando a maré sobe (em italiano, diz-se acqua alta) tem o efeito inverso, e a água do canal escoa para a praça.

Ana nos explica sobre o relógio de Veneza, e a praça. Tudo me surpreende. A chuva nos incomoda. Veneza está rodeada por água, fica melancólica e triste. Não a acho romântica.Não existem muitos lugares para nos abrigar. O Forte do Relógio, construído por Codussi entre 1496 e 149 é um dos monumentos arquitetônicos mais fotografados de Veneza.




O enorme quadrante situado sobre a porta de entrada da torre é uma obra-prima mecânica do final do século XV, construído por Giampaolo e Giancarlo Ranieri, artistas nascidos em Parma. O engenhoso aparelho indica as estações do ano, as horas e as fases da lua. Não consegui entender o relógio que não marca todos os minutos.







Essa minha vontade de ir ao banheiro me irrita. Falo com Ana para me esperar e procuro um café. Na volta, ninguém lá. Sinto-me abandonada. Percorro à minha volta e nada. Melhor procurar onde existe o embarque dos passeios das gôndolas. Lá vou eu sem fôlego pretendendo recuperar o tempo. Mais máscaras me seduzem. Mas, não posso parar. Chego no embarque e lá está Ana preocupada dizendo que me procurou, etc e que o pessoal já foi e se quero ir. Contacta uma amiga sua de outro grupo. Aguardo alguns minutos e eles chegam. Sou colocada com dois casais mais velhos de portugueses com uma menina, neta de um deles. Esqueço meu guarda chuva no cais. Subimos na gôndola e uma das mulheres é muito gorda. A cada mexida dela temo parar dentro desta água suja. Assim que saímos uma chuva forte cai e um dos senhores divide comigo um plástico. Passamos pelo grande canal e pelos canais menores. O trajeto é um só para todos, embora haja gôndolas mais suntuosas, com almofadas, cobertas, e algumas italianos cantam melodias românticas. Eles fazem o possível para tornar mais aprazível o passeio. São simpáticos, não têm culpa se chove. O turismo é o ganha pão deles. Rimos também muito da situação. Falo com o casal que jamais nos esqueceremos deste passeio. Eles concordam. Os japoneses aproveitam e pagam as mais caras. No meio do caminho como a chuva insistia a mulher portuguesa gorda exclama tranquilamente: “Ah meu Deus, já estás a molhar o rabo”. Diante disto eu, surpresa, começo a rir.






Iremos passar por uma das diversas Trattorias existentes à beira dos canais. Alguns hoteis muito luxuosos também têm a entrada pelo canal. Passeio bom , embora curto e a chuva tenha atrapalhado. Salto e recupero meu guarda chuva que no vento se espatifa. Encontro à 13:45 para a almoço. Parece que todos os turistas na Praça São Marcos.







 Aproveito para entrar na Basílica de São Marcos.





Mais uma vez faço meus 3 pedidos.Como tudo era tão especificamente detalhado e ... A tecnologia da informática não existia. Mas, que esmero!!! Lembro-me da Stela. “E’ impossivel ver tudo. Não fôsse as pinturas, os tetos, as paredes. “AH, meu Deus! E’muito. Tudo na Europa é muito”.

Sim, é muita coisa e pouco tempo. Nem por isso deixei de comprar minhas máscaras. Uma azul, meio rosto e outra branca com rosto de mulher dourada. Comprei também um pingente.
Fomos almoçar, reencontro casais de portugueses que riem quando veemA comida é’ tipo quilo aqui do Brasil. Mas, o risoto de lulas é imperdível. Querem provar?

Depois do almoço fábrica de Murano. Uma sala pequena no meio daquelas vielas. Um forte forno e um homem de uns 50 anos a fazer rapidamente um jarro e depois que lindo!!!. Um cavalinho com a patinha erguida. Como ele consegue? Aplaudimos e compro um brinco e um pingente. Pronto. Atacou o consumo. Depois, um chaveiro com uma máscara.

O resto do dia a perambular pelas ruelas de Veneza. Um gelato é boa pedida. Procuro comprar minha máquina digital, mas acho ainda caras. Tudo aqui é mais caro porque vem tudo de fora. Lojas de griffe convivem com outras que vendem toalhas lindíssimas. Quase compro uma, mas, é melhor não. O povo é muito bonito e os gondoleiros muito alegres, por vezes entoam músicas românticas. . Mas, será que não se parecem com os cariocas no desfile da escolas de samba? Não representam para o sustento?

Na entrada da praça existem duas colunas, uma possui no alto um leão alado, símbolo da cidade. e há a lenda que se passarmos por entre elas uma desgraça acontecerá. Falo isto quando compro minha máscara azul num mixto de ingles, frances e espanhol para o vendedor. Que os turistas não respeitaram esta lei, por isto chove. Ele ri e aplaude. E embala minha máscara muito bem.



Visita ao palácio Ducal. E vista panorâmica de Veneza. Lá de cima vê-se a cidade inteira. Bonito é. Mas, insisto que Veneza é melancólica. Também vejamos. Água significa emoção e inconsciente. Cercada por tanta água... Lágrimas correm porque está a depender de turismo.






Os venezianos estão deixando a cidade e morando no continente porque os imóveis são caríssimos. Entendi porque não ficamos em hotel em Veneza e sim no continente. Os venezianos estão saindo da cidade e se queixam que o transporte de barco o vaporetto fica difícil devido aos turistas. Entendi agora porque Veneza precisa ser romântica... Para sobreviver com os turistas...  Voltamos no final do dia. Se os venezianos não estão consguindo viver em Veneza entendi porque não tive vontade de lá morar. Agradeço a oportunidade de ter conhecido você Veneza.