domingo, 6 de dezembro de 2009

Quartier Latin


Dia 13 de setembro de 2009

Hoje acordo e estou só. Arrumo a mala, e a deixo na recepção. Meu vôo para Veneza sai à tardinha. Resolvo ir ao Quartier Latin. Sonho meu de adolescente. Vocês já perceberam que já sou uma expert no metro? Aliás, repito o sistema ferroviário de Paris é fenomenal. Quisera eu que no Brasil dessem a importância devida a este meio de transporte. Depois das aulas da Marina e tantos emaranhados a gente aprende. Algumas linhas de Paris são mais velhas com vagões mais antiquados, outros já modernos as portas se abrem e fecham sem a nossa ajuda. Não são limpos como os do Rio. As estações se cruzam e para trocar a linha por vezes anda-se muito. A gente sobe para depois descer, esteiras rolantes aparecem e haja pernas. Por isso o francês é magro. Todos andam apressados, alguns correm, levam crianças em carrinhos, malas, cachorros. Agora mesmo entrou uma moça bonita e magra, francesa, com um aparelho de som. Ela o liga e inicia a cantar. Salto na estação seguinte. Mas, isto é comum. Acordeão, pessoas que pedem esmolas e outras que não dizem nada com nada. Muitos argelinos e asiáticos. Quase não se vê franceses em algumas horas.

Hoje é domingo e as lojas estão fechadas. De repente uma forte dor de barriga. Procurar uma cafeteria. Mas, eis que olho para cima e estou defronte do hotel Du Levant que amigos meus falaram e que tentei reservas, mas estava lotado. Mais uma vez uma forte emoção toma conta de mim. Resolvo meu problema dos intestinos e vejo que o hotel é delicioso. Época antiga. Não vi os quartos, mas tudo bem. E’ claro que as fotos apresentam maior so que é. Mas, muito limpo e a diária para uma pessoa em cama simples pode ficar em 73 E.




Passaremos um tempo sem fotos porque ainda não comprei a câmera digital. Percorro todas as ruas e ruelas, vejo o que têm a oferecer para o almoço. Não consigo parar e estou em Saint-Germain Du Près. E lá vou eu até que a fome me abate e escolho um local onde como agora confit de canard (coxa do pato). Uma delícia. Sinto-me a própria francesa enturmada com os manjares, vinhos e a língua. Brasileiros do Paraná chegam no restaurante e diante do cardápio não sabem o que pedir. Aconselhei-os a pedir o confit. O garçon fala comigo que eu não terei direito ao pourboire (gorgeta). Por vezes brasileiros ainda são confundidos com argentinos. Antes era a terra do Pelé. Agora do Kaká e do Paulo Coelho. Aliás, por todos os lugares que passo vejo livros dele. Eu rio e volto ao hotel para esperar o ônibus que nos levará ao aeroporto. Antes como um éclair au chocolat. Eu que não gosto de doces adoro os éclairs au chocolat. Estes são divinos... Querem provar?

Volto ao hotel e no saguão aguardo o horário do vôo. Um programa francês de pegadinhas me diverte. Um casal de brasileiros não entende porque rio tanto. Até que percebem que existe uma televisão. Eles não estão se divertindo. Mas, o que fazer?...Casais com o tempo tornam-se alguns sérios. São simpáticos.

O ônibus nos pega e nos larga literalmente num terminal horrível do Charles de Gaulle. Não podemos entrar logo porque não tem banheiros nem água. A polícia federal é  extremamente agressiva conosco. Inclusive manda que eu retire meu doleiro da cintura e conta o dinheiro. Algo na mochila apitava. Deve ser o pendrive penso eu.

O lunch no vôo é pago. A tripulação italiana simpática. Saltamos em Veneza e rumamos para o hotel que não fica na ilha. Estamos no continente como eles chamam. Fico um pouco decepcionada por não andar nas ruelas de Veneza. Mas, a fome está maior e todos procuram uma pizzaria que fica por perto. Encontro nas ruas com um casal mexicano que estão na excursão, professores de matemática. Jantamos a deliciosa pizza com vinho e depois rumo ao quarto para dormir. Amanhã iremos conhecer Veneza. Respirem fundo que sempre acontecem surpresas...