terça-feira, 1 de novembro de 2011

Carlos, 100 anos



                                                      Casas entre bananeiras

                                                      mulheres entre laranjeiras

                                                      pomar  amor  cantar.


                                                      um homem vai devagar.

                                                     Um cachorro vai devagar.

                                                      Um burro vai devagar.

                                                     Devagar... as janelas olham.

                                                              Êta  vida besta, meu Deus.

Estamos comemorando o centenário de nascimento de Carlos Drummond de Andrade. Como homem e poeta sabia e encarava o vazio e solidão. Da vida fazia a poesia. Nós fugimos e nos empanturramos de biscoitos, filmes, informações e tédio. Não existe para nós o devagar. No poema “Passagem do ano”, para o poeta existia:

o recurso de se embriagar.

o recurso da dança e do grito,

o recurso da bola colorida,

o recurso de Kant e da poesia,

todos eles... e nenhum resolve.


Para nós existe o colocar em cima de nós tantas coisas a fazer que perdemos o contato com o nosso desejo. O que realmente desejo fazer? Ler um livro? Fazer uma geleia? Espreguiçar-me? Achei interessante um comentário  no jornal O Globo sobre uma banheira que só falta falar, mas que servirá apenas como elemento decorativo, pois não temos mais tempo de esperar que ela se encha de água.


Perdemos o contato com a nossa natureza e vivemos estressados simplesmente porque não aceitamos a nossa condição de homens. Gostaríamos de ser deuses... Comemorando com Drummond seu aniversário envio um recado para ele:

Casas entre tiroteios

Mulheres entre recheios

trabalho,  dor ,  contar

Um homem corre.

Um cachorro corre.

Um burro corre.

Correndo ninguém se olha.

Êta vida besta, meu Deus.

_______________________

Vera Maria Jacques

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

JUSTINE

Justine: E aí, Fausto entregarás hoje tua alma?

Fausto: Alma?  Já não a tenho. Por ventura o que faremos hoje?

 Justine: Adequarmos ao que nossa alma nos pede é preciso. Fugir mais do que de pressa dos desígnios de Sade. Ele me tortura e me subjuga embora detenha a verdade sobre nossos verdadeiros anseios.

 Fausto: Anseios? Pobre Justine. Nada conheces da mortal fragilidade humana. Falas de mim e tu?


Justine? Eu? Será que existo? Como será meu corpo? Se nem sei se corpo tenho como saber do resto?

 Fausto: Melhor ter um corpo e ser dono dele do que ter uma alma que não se conhece e nem mesmo sabemos existir.

 Justine: Pobre  Fausto estamos no mesmo caminho, não nos pertencemos.


Fausto: Como? Eu sou dono de mim.

 Justine: Possuído pelos desejos humanos? Pela angústia de nunca satisfazê-los?

 Fausto: Fale-me mais um pouco de tuas aventuras com Sade. Como é ser aviltada, possuída pelos desejos de um humano que só pensa em maltratar o corpo do outro para obter o prazer.
 
Justine: Posso te confessar? Um lado meu até que gostou ser desejada mesmo que ultrajada. Pelo menos conheci os maiores prazeres da carne enquanto minha alma flanava desejando àquele que nunca me conheceu.


Fausto: Não acredito no que falas. Todos tivemos pena de ti até então. E gozastes os prazeres da carne enquanto amavas a um outro?


Justine: Não te esqueças que somos apenas fruto da imaginação de nossos senhores. Frutos dos desejos deles confessados apenas entre linhas. Assim sendo, fora dos seus escritos nossas almas podem percorrer os caminhos que quiserem...


Fausto: Ah, meu deus. Vendi minha alma e agora sou prisioneiro e tu libertas?

 Justine; Como ousas chamar o nome daquele a quem renegaste?


Fausto: Como posso libertar-me?


Justine; Não me perguntes que já não ouso te responder. Talvez possas seguir-me pelos caminhos das alcovas que conheci e aprender algo.

 Fausto: Tentei não ser escravo dos desígnios humanos e me convidas para neles ficar?
 

Justine: Que queres que te digas se ambos não conhecemos o amor?  Pelo menos ele finge que nos tira deste mar louco de dia a dia, rotina. Ele nos impulsiona por alguns tempos a flutuarmos nas nuvens e depois...


Fausto: Depois? Temos mais uma vez que nos depararmos com nosso eu? Com nosso eu solitário e imperfeito?

 Justine: Que tal irmos desfrutar um pouquinho de prazer e parar com estas elucubrações que não levam a nada... Vendeste tua alma para delas ficar livre. E continuas? Até quando?

 Fausto: Deixe de ser sádica e me lembrar a cada momento que tenho uma índole demoníaca.



Justine: Ah! Ah! Ah. Sofres? Como gosto de te ver sofrer... Aprendi com meu mestre, Sade. Sofras, menino, sofras...



Fausto: Preciso derramar quantas lágrimas para me deixares em paz? 

 Justine: Não sou eu quem não te deixo é tua falta de alma!!!! RS, RS


Fausto: Pare com isto, fugirei!

 Justine: Ótimo, vamos para a alcova que te ensinarei os maiores prazeres do corpo e as maiores perversidades que um humano pode alcançar, não foi devido a isto que vendeste tua alma?

 Fausto: Não, não e não. Foi para me livrar dos conflitos humanos.

 Justine: Conseguiste?


Fausto; E tu? Conseguiste?

 Justine: O quê? Parar de sofrer, de esperar?

  

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Neste meio tempo Goethe e Sade acordam e furiosos interrompem o debate e tentam inutilmente colocá-los dentro das páginas dos livros... Fausto e Justine precisam continuar confinados nos seus desígnios e no que planejaram para eles.
 

FAUSTO: Justine o que faremos agora, eles, eles estão nos olhando...


JUSTINE : Deixe-os. Agora, nos pertencemos. Decides ou não ir para a alcova?
 

FAUSTO: Justine, achas que errei, vendendo minha alma?

 JUSTINE : Quantos não o fazem? Foste apenas ingênuo ao anunciar ao mundo que o faria. Mas, sincero.

 FAUSTO: Como assim? Não te entendo. Errei ou não?


JUSTINE : Pare com isto. Nos humanos não existe certo ou errado. Percebestes quantos já venderam sua alma em nome de Deus promovendo guerras santas?
 

FAUSTO: Mas, eles acreditam que seu deus é melhor que o do outro.


JUSTINE : Realmente acreditas nisto? Eles querem sabem o que? O Poder?


FAUSTO: O Poder?!
 

JUSTINE : Sim, o Poder. Não foi para isto que vendestes tua alma? Ah, como és complicado... Vamos ou não?
 

FAUSTO: Para onde?


JUSTINE : Para a alcova...


FAUSTO: Não são os homens que convidam as mulheres? Queres me seduzir? Atualmente vocês mulheres perderam a feminilidade ocupando o lugar dos homens. Trabalham nos seus espaços e não contentes querem nos manipular.


JUSTINE : Nem sei mais se sou feminina ou não ao ceder aos caprichos de um senhor. Isto é ser feminina ou submissa? Não desejo mais ser submissa. Apenas isto. Se achas que quero te seduzir o que posso fazer?  Não posso controlar seu medo diante o desconhecido. Isto é tarefa tua...
 

FAUSTO: Medo, eu? Homens não têm medo. São corajosos! Desde que o mundo é mundo vocês mulheres é que nos seduziram...


JUSTINE : Com mil diabos. Sempre a velha estória de Adão e Eva. Foi Adão quem quis comer a maçã. Porque ela era doce, vermelha, apetitosa e, e... Tesuda... rs,rs,



FAUSTO: Não invoque seu santo nome em vão!
 

JUSTINE : Santo nome?  Desaprendestes até a ter humor...   Não sou tesuda?

  

FAUSTO: meu Senhor afirmou:

        Você tem subestimado o diabo

        Ainda não posso persuardir-me

        De que um sujeito todo enchapelado

        Tenha de ser alguma coisa 

                                     (Goethe)
 

JUSTINE : (Cai em risadas...) Quá, quá, quá. Quantos senhores tens? Dois? Um humano e outro que? ! Ambos te escravizam a ser humano...
 

FAUSTO: Não compreendo por que ris? Por que sofro?


JUSTINE : Não. Porque és um masoquista e adoras sofrer e dele não quer sair. E, eu pensei que a masoquista fosse eu. Pobre Justine que no fosso de suas exasperações gritou mais do que nunca para que a libertassem. Quando na realidade estamos escravos dos nossos desejos...
 

FAUSTO: Simples, Justine. Venda a tua alma...


JUSTINE : Vender minha alma?  Jamais. Já vendi meu corpo. Minha alma está liberta. Consegues alcançá- la?


FAUSTO: És indomável. Mas, como readquirir minha alma?


JUSTINE : Foge à minha alçada. Precisas dialogar com ele e saber quanto ele te punirá para devolvê-la. Mas, se eu fosse tu, fugiria comigo para a alcova e recuperaríamos alguns segredos, beijos e quem sabe o que?


FAUSTO: És a serpente?

 JUSTINE : Mania de perseguição... O que faço contigo? Não queres ir? Ok, mas não fiques a te lamuriar que ninguém te ama, ninguém te quer e a vida passa... Sabe, sou a serpente sim. Enroscarei no teu pescoço e te enforcarei... Há, há, há


FAUSTO: Do que ris?
 

JUSTINE : Fui sincera. Se me mostras teu lado masoquista sou sádica. Enforcar-te-ei numa noite de lua cheia...
 

FAUSTO: Mas, hoje é noite de lua cheia!


JUSTINE : Cuidado comigo, não sou lobisomem porque mulher, mas te engolirei!


FAUSTO: (Em silêncio faz uma súplica ao seu senhor que desaparece. Mais uma vez ele faz outra súplica e... O silêncio se instala. De repente se enche de orgulho e para Justine: )

 _ Não irei para a alcova contigo. Mil mulheres existem para que eu me deleite e que me possam dar prazer. Fique na tua, talvez algum dia a gente se esbarre.


JUSTINE : _ Falas sério?  Com mulheres mil obterás prazer já que vendestes tua alma. Mas, elas agüentarão tua angústia? Mas, vá, vá em paz que em algum dia nos esbarraremos em algum canto onde teu diabo nos conduzirá...
 

Um longo silêncio perfura Justine, que fica a olhar a lua cheia e a sentir saudades das confusões de outrora. Pelo menos não tinha tempo para pensar. Fausto conseguira, sem saber, fazer com que uma grande tristeza olhasse para ela. Para onde ir? Este negócio de liberdade com mil escolhas era muito difícil para ela que jamais as tivera. Só conhecia o mundo da alcova e suas imundícies. Agora na beira da praia, resolvera molhar os pés. A lua refletia no mar. Esta lua não a acalmava, só conseguia devorá-la. Cansada, deitou na areia e por fim adormeceu. Desejou ser a bela adormecida . Um dia seu príncipe com um beijo iria  acordá-la.





FIM

terça-feira, 4 de outubro de 2011

O Ofício do tempo


Uma página de revista arrancada e guardada para procurar o livro nela citado um dia. O dia se perde na correria de outros dias. A Voz e o Tempo de Roberto Gambini. Junguiano. Hoje, neste dia em que o tempo parece estar desanimado reencontro a página retirada de uma Claudia. -  outubro 2008.



O ofício. Este ofício de escuta e retorno e de escutas de: silêncios, e ausências, de posturas corporais, do não dito. Embrenha-se pelo inconsciente. Não apenas de seus clientes, mas principalmente do próprio.



Ofício feito com amor. Totalmente individual. Sem receitas prontas nem conselhos plastificados.



E do outro lado da página, citações conhecidas. Deixo aqui uma de Renato Russo.



“ Se lembra quando a gente chegou um dia a acreditar

Que tudo era para sempre, sem saber que o pra sempre acaba?


domingo, 2 de outubro de 2011

Borboletas Negras

O filme? No início já podemos saber como funciona a mente da poetisa sul-africana Ingrid Jonker. Inundada por emoções, cercadas por obstáculos e rochedos. O mar bate forte, assim como sua mente.



Afogando-se no mar, Jack Cope a salva. Ele exausto, ela sempre cheia de energia. Ele tenta durante o resto da vida tirá-la da correnteza, pois ela sempre  se jogando ao mar de suas emoções e  gritando angustiada para que lhe tirem do turbilhão que esgota a todos.... Sensível e com problemas mentais herdados de sua mãe possui um pai que não pode compreendê-la, nem aceitar sua filosofia de liberdade e igualdade. Ele integra o apartheid. Assim, ela é uma estranha no ninho perseguindo o amor paterno e sofrendo com a discriminação dos negros.



Sua luta não foi em vão. Mandela em seu discurso cita um de seus poemas escritos após ela ter presenciado a morte de um menino negro.








sábado, 24 de setembro de 2011

A vida é mais dinâmica do que pensamos. Surpresa fiquei quando uma amiga nestes questionários que rolam pelo facebook respondeu que eu era guerreira. Todos terminam por me chamar de Verinha e isto sempre me intrigou sem que tivesse tempo hábil para fazer uma pesquisa. Verinha guerreira? Isso combina?

Não estamos todos correndo tal como o coelhinho de Alice no País das Maravilhas? Sempre atrasados? E a Rainha a dizer que se corrermos em dobro ficaremos no mesmo lugar?

Feliz com o convite de Claudia e Joseana. Elas me responderão: você sempre nos apoiou.

E o que tem a ver isto com o mundo empreendedor? Se pararmos para pensar somos todos heróis desconhecidos e guerreiros tais como Joseph Campbell afirma em seu livro: O Poder do Mito.

Então, palavra dos jovens, tipo: O que precisamos para vencer do meu ponto de vista? Na vida.

1. Saber o que prevalece na nossa personalidade, o pensamento, o sentimento, a sensação ou o a intuição?

2. Tomar conhecimento do nosso nível de ansiedade que é gerada pela adrenalina e noradrenalina que nosso físico libera para lutarmos, fugirmos e que por vezes nos paralisam. O nível de ansiedade do coelho acima citado é enorme, ele não consegue parar, mas se torna improdutivo... Existe tempo para plantar e para colher.

3. Não esperarmos reconhecimento do outro. Se não me valorizo quem o fará? Se ando olhando para o chão, com os pés quando sentada para dentro, se não consigo me expor em público com medo da crítica... Não fique pré-ocupado com que o outro irá pensar. Você controla seus pensamentos? Como deseja controlar os dos outros?

4. Não desista dos seus sonhos! Sonhos não são fantasias! Eles podem se tornar reais. Lute por eles. Sempre desejei ser psicóloga. Tranquei matrícula para casar na PUC faltando um ano e meio. (na época isto era normal). Morei fora do Rio e com dois filhos retornei para a faculdade? Todos diziam estar eu muito velha com 33 anos... Aqui estou há mais de 30 anos a clinicar e a viver.

5. Seja perseverante porque existem obstáculos que precisamos superar para nos fortalecermos e confiarmos cada vez mais no nosso potencial. Não desista, nunca... Olhe sempre para o horizonte e jamais para o abismo do ontem.

6. Seja gentil com você. Não se critique muito, mas enfrente as dificuldades de frente. Não coloque a responsabilidade no outro. Sempre é você. Você é responsável por você. E sim, você pode. Pode ser difícil, mas não é impossível.

7. Seja grata com os outros e elogie-os sempre que possível. Bom dia para o porteiro, para o jornaleiro, para Seu Quirino que há anos vende balas, para o lixeiro e para aquela menina que está com uma saia linda!
Claudia e Joseana não sei se era isto que vocês queriam, mas é de coração! Vocês também são guerreiras.



A Gentileza de Uma Guerreira


A vida é mais dinâmica do que pensamos. Surpresa fiquei quando uma amiga nestes questionários que rolam pelo facebook respondeu que eu era guerreira. Todos terminam por me chamar de Verinha e isto sempre me intrigou sem que tivesse tempo hábil para fazer uma pesquisa. Verinha guerreira? Isso combina?



 Não estamos todos correndo tal como o coelhinho de Alice no País das Maravilhas? Sempre atrasados? E a Rainha a dizer que se corrermos em dobro ficaremos no mesmo lugar?  



Feliz com o convite de Claudia e Joseana. Elas me responderão: você sempre nos apoiou.



E o que tem a ver isto com o mundo empreendedor? Se pararmos para pensar somos todos heróis desconhecidos e guerreiros tais como Joseph Campbell afirma em seu livro: O Poder do Mito.



Então, palavra dos jovens, tipo: O que precisamos para vencer do meu ponto de vista? Na vida.



1. Saber o que prevalece na nossa personalidade, o pensamento, o sentimento, a sensação ou o a intuição?



2. Tomar conhecimento do nosso nível de ansiedade que é gerada pela adrenalina e noradrenalina que nosso físico libera para lutarmos, fugirmos e que por vezes nos paralisam.  O nível de ansiedade do coelho acima citado é enorme, ele não consegue parar, mas se torna improdutivo... Existe tempo para plantar e para colher.



3. Não esperarmos reconhecimento do outro. Se não me valorizo quem o fará? Se ando olhando para o chão, com os pés quando sentada para dentro, se não consigo me expor em público com medo da crítica... Não fique pré-ocupado com que o outro irá pensar. Você controla seus pensamentos? Como deseja controlar os dos outros?



4. Não desista dos seus sonhos! Sonhos não são fantasias! Eles podem se tornar reais. Lute por eles. Sempre desejei ser psicóloga. Tranquei matrícula para casar na PUC faltando um ano e meio. (na época isto era normal). Morei fora do Rio e com dois filhos retornei para a faculdade? Todos diziam estar eu muito velha com 33 anos... Aqui estou há mais de 30 anos a clinicar e a viver.



5. Seja perseverante porque existem obstáculos que precisamos superar para nos fortalecermos e confiarmos cada vez mais no nosso potencial. Não desista, nunca... Olhe sempre para o horizonte e jamais para o abismo do ontem.



6. Seja gentil com você. Não se critique muito, mas enfrente as dificuldades de frente. Não coloque a responsabilidade no outro. Sempre é você. Você é responsável por você. E sim, você pode. Pode ser difícil, mas não é impossível.



7. Seja grata com os outros e elogie-os sempre que possível. Bom dia para o porteiro, para o jornaleiro, para Seu Quirino que há anos vende balas, para o lixeiro e para aquela menina que está com uma saia linda!   

Claudia e Joseana não sei se era isto que vocês queriam, mas é de coração! Vocês também são guerreiras.






segunda-feira, 5 de setembro de 2011

A vida como banquete

Encare a vida como um banquete.

 A ceia de Jesus foi um banquete. Sua morte representa a renovação que todos temos que enfrentar a cada fase de nossa vida.

Carregamos a cruz, somos traídos, nos enfiam pregos e nos cospem. Crucificam-nos... Nossa alma sangra. Choramos lágrimas de dor e gritamos por socorro em vão. Precisamos sempre ir em frente. Com a cruz nas nossas costas doloridas. Com os pés em chagas. Pedimos água e não nos dão. Clamamos por um carinho e recebemos tapas. Pessoas que pensamos serem amigos nos viram as costas e outros surgem do nada.

Somos sós. Morreremos sós. Mas, a cada dia o sol renasce e alegra a nossa vida com seu calor e irrompemos calidamente para comermos chocolates e irmos para a praia e mergulhar nas suas águas que nos esquenta e nos embala. E’ a sabedoria da natureza.

 Afirmava o filósofo Epicteto 55 d.C.

 “Pense em sua vida como ela fosse um banquete em que você precisasse comportar-se com elegância. Quando as travessas forem passadas para você, estenda a mão e sirva-se de quantidades moderadas. Se uma travessa não lhe for passada, saboreie o que já está no prato. Ou, se a travessa ainda não lhe foi passada, espere pacientemente a sua vez.

Mantenha Essa mesma atitude de contenção e gratidão delicadas no trato com seus filhos, cônjuge, carreira e finanças. Não há necessidade de ansiar por alguma coisa, invejar ou apoderar-se do que for. “Você receberá sua devida porção quando chegar a sua vez.”

sexta-feira, 12 de agosto de 2011






Ela chegou com a voluptuosidade, sutilmente entreabriu as pernas e riu com aquele ar debochado de sempre. Com as mãos nunca se sabia onde estariam, se nela ou nele. Nunca perdia tempo com aquele ar disparatado de nada saber. Será?

Matilde já me dissera que estas eram as mais... Mais o que? Devassas? Não. Recuso-me a chamá-la de devassa. Apenas, apenas... Sensata?

 Sensata? Ou sentada onde? Nele?

Por que será que todas faziam o mesmo, mas quando algo era assumido um ar de surpresa pairava no ar? Hipócritas.

 Assumir o que ninguém ousara. Lembrar-se das ultimas noites perdidas? Decididamente não. Consumidas com o prazer.

Basta!. De mim nada mais saberão. Apenas que ela chegou e um dia se foi...


quinta-feira, 11 de agosto de 2011

A AUTO-IMAGEM POSITIVA


Muitas vezes olhei-me no espelho e perguntei-me: Será que ele reflete apenas o meu olhar? Ou será que reflete o olhar que um dia foi o teu?

Na realidade nunca conseguirei me ver a não ser pelo espelho. Um espelho quebrado ainda reflete o meu eu inteiro.

Tenho que desvencilhar-me do que disseram que sou e já não me serve. Reconstruir minha imagem se ela é negativa. Reconhecer minhas qualidades e trabalhar sobre meus defeitos. Mesmo estes por vezes se tornam virtude. Outro tema das vivências.

Inicio quase sempre os grupos com este tema. A Auto-imagem é um dos fatores que mais contribui pra que se tenha ou não uma auto-estima positiva.

Ontem aconteceu mais um grupo sobre a AUTO-ESTIMA.  E o tema foi justamente Construindo a auto-imagem positiva.

Agradeço aos presentes e sei que sempre é um fator de crescimento tanto para eles como para mim que sempre estou criando e tentando melhorar para que todos consigamos investir não no que temos, mas no que somos.

A AUTO-IMAGEM POSITIVA

Muitas vezes olhei-me no espelho e perguntei-me: Será que ele reflete apenas o meu olhar? Ou será que reflete o olhar que um dia foi o teu?

Na realidade nunca conseguirei me ver a não ser pelo espelho. Um espelho quebrado ainda reflete o meu eu inteiro.

Tenho que desvencilhar-me do que disseram que sou e já não me serve. Reconstruir minha imagem se ela é negativa. Reconhecer minhas qualidades e trabalhar sobre meus defeitos. Mesmo estes por vezes se tornam virtude. Outro tema das vivências.

Inicio quase sempre os grupos com este tema. A Auto-imagem é um dos fatores que mais contribui pra que se tenha ou não uma auto-estima positiva.

 Ontem aconteceu mais um grupo sobre a AUTO-ESTIMA.  E o tema foi justamente Construindo a auto-imagem positiva.

 Agradeço aos presentes e sei que sempre é um fator de crescimento tanto para eles como para mim que sempre estou criando e tentando melhorar para que todos consigamos investir não no que temos, mas no que somos.

sexta-feira, 29 de julho de 2011

Da Importância de Respeitarmos nossos Legados

Jamais poderia pensar que dois bonequinhos mínimos dados por minha avó paterna fizessem tanto sucesso com minhas netas nesta era tecnológica. Foram feitos com casca de noz e são feios. Feitos por um tataravô ou bisavô. Não sei. Na época não estava interessada em saber.

 Um macaco e um homem. Coloquei-os num bauzinho que minha filha deixou quando casou.


domingo, 24 de julho de 2011


Nyoshul Khenpo


1) Ando pela rua
Há um buraco fundo na calçada
Eu caio.
Estou perdido... sem esperança
Não é culpa minha
Levo uma eternidade para encontrar a saída.


2)Ando pela mesma rua
Há um buraco fundo na calçada
Mas finjo não vê-lo
Caio nele de novo
Não posso acreditar que estou no mesmo lugar
Mas não é culpa minha
Ainda assim levo um tempão para sair.

3)Ando pela mesma rua
Há um buraco fundo na calçada
Vejo que ele ali está. Ainda assim caio... É um hábito
Meus olhos se abrem
Sei onde estou
É minha culpa saio imediatamente.

 4) Ando pela mesma rua
Há um buraco fundo na calçada
Dou a volta.

5) Ando por outra rua

quinta-feira, 14 de julho de 2011

AS PRINCESAS ARRUINADAS



Folheando uma Marie Claire de maio de 2010 deparei-me com fotos de Dina Goldstein que foram expostas no final de 2009 em Vancouver. O artigo é da psicanalista Loraine Schuch que analisa cada uma delas.

As histórias das princesas de Disney êm um final feliz enquanto a vida real!! 

Na de Branca de Neve “o príncipe entediado e ausente, deixa todas as tarefas para a princesa.”

Bela Adormecida:  O beijo do príncipe nunca chega.”Alheia a tudo está em sono profundo até hoje num asilo, com cara de congelada no tempo:

Chapeuzinho Vermelho: “No conto, ela se dá mal por desobedecer à mãe. Na série, o inimigo é a própria Chapeuzinho. Com uma cesta carregada de fast foods, sua maior batalha é contra a obesidade”

Cinderela: “Agüentar a rotina do castelo, mostrou-se bem mais difícil do que se tornar nobre. Para espantá-la só restou a bebida”.

A Pequena Sereia: “ A Sereia foi parar num aquário enorme onde vive para entreter crianças e adultos”.

Rapunzel: “ No mundo moderno, ela tem de se virar sem príncipe e sem cabelo, resultado da quimioterapia oara combater o câncer de mama.”.


sexta-feira, 8 de julho de 2011

Naquele exato momento virou-se para sua filha e com os olhos marejados de lágrimas , talvez para desencadear pena, talvez para expressar seu medo diante da morte e resolutamente  gritou: Não dá mais tempo...

Mãe veja uma novela, leia um livro. Você tão fanática pelo Flamengo veja os jogos.

Não. Não dá mais tempo! 

E aí ?

Não fazemos isto sempre pensando que percorremos todos nossos caminhos e que não dá mais tempo?

Tempo para que? Para viver ou morrer?

Ergamos a bandeira que minha geração conquistou. Sempre dá tempo. Para amar, beijar, chorar, estrebuchar, começar novos projetos, dançar, conhecer novas pessoas  e principalmente ver o sol raiar a cada novo dia.

sábado, 25 de junho de 2011

MEIA NOITE EM PARIS

Como não amar este filme? Uma volta por Paris centro cultural do mundo. Claudia Klein no seu site salada Corporativa teve como costumo dizer o olhar  profissional de perceber o conflito para resolver a mudança de carreira. Eu, como psicóloga vejo o conflito como o filme mesmo afirma da insatisfação do ser humano sempre achando que noutra época ou noutro lugar estaria mais feliz. Este conflito traz sofrimento e ansiedade.

Um ponto de vista não anula o outro, pois são complementares. Devido a isto muitas pessoas me procuram para elaborar este conflito quando desejam fazer uma mudança em suas vidas. Seja de carreira, de emprego de parceiro, de cidade.

Woody Allen, sempre se superando, encerra o filme de uma maneira  criativamente  previsível, de certo modo – final antecedido por uma sequência incrivelmente hilária,uma das maiores piadas que o cinema já exibiu : não posso contar para não estragar a surpresa. Mas, qualquer mudança implica num risco.

Não deixem de ver. E’um percurso pela história e por pessoas que fizeram a cultura. Lembrei-me quando fui ao Moulin Rouge que disse para meus amigos: vi o show de mãos dadas com Toulouse Lautrec.

domingo, 12 de junho de 2011

Catherine Deneuve

Eis que sexta-feira fui assistir a Postiche, filme do festival francês Varilux. Uma comédia em que uma dona de casa sùbitamente descobre seus talentos e os utiliza apesar  de ser sempre desqualificada por seu marido e por sua filha que mais tarde a imita no papel de mulher submissa.

No final ela não consegue abandonar seu papel  de  mulher. Torna-se  MAMÃE de uma cidade .

Mas a grande emoção final foi após o filme a aparição em pessoa de Catherine Deneuve para um debate.

domingo, 29 de maio de 2011

UM NOVO DESPERTAR

Estranho comentário no jornal O Globo sobre o filme “Um Novo Despertar”. Coloca-o como comédia e em realidade é um drama. Trata-se de um homem com depressão que procura uma salvação para seu desespero. Dissocia sua personalidade através de um boneco Castor que representa sua parte sadia e racional.

Na cultura dos índios americanos cada animal tem um poder. O do Castor é de ser um construtor. Quando constrói sua casa deixa vários pontos de escape. Assim o boneco lhe ajuda a reerguer sua empresa. Mas, também em determinado momento o personagem não agüenta sua dualidade, sua dupla personalidade e acaba por matá-lo. O personagem nos mostra como a doença mental pode ser auto-destruidora. Pessoas escutam vozes, têm alucinações e sofrem. Desmistificar a doença é necessário. O filme de forma alguma beira o ridículo como afirma Érico Reis.

terça-feira, 24 de maio de 2011

O MITO DA FELICIDADE

PEQUIM - O amor se aprende na escola? Os jovens chineses duvidam que os sentimentos possam ser decretados por lei, mas não têm escolha: vão ter que estudar o amor no colégio, por ordem da Comissão Educativa, órgão que determina o conteúdo dos currículos escolares. O curso de psicologia para estudantes, que já existia nos colégios secundários, vai ser reforçado com um novo programa de aprendizado, baseado num livro de nove capítulos com todos os aspectos da sexualidade.

O que é a felicidade? Cada um definirá de seu ponto de vista. Enquanto nós do Ocidente procuramos ser mais felizes meditando, respirando melhor, lendo e consultando o I Ching, tentando conhecer o budismo, os chineses querem nos imitar procurando o Amor. O que é o Amor? E será que somos felizes amando? Muitas vezes ele não se confunde com paixão ou com tesão?

A agressividade humana é inata. Por favor não a confundam com violência. Falo da combatividade que a criança necessita ter para nascer e nós para vivermos e enfrentarmos o dia a dia, o nosso ganha pão. Já a ternura é aprendida na primeira infância. Na família. Com exemplos. Não existe manual.

A tradição chinesa rezava os casamentos programados. Aliás aqui no Brasil também isto existia. Se olharmos para a tradição da narrativa foram felizes Romeu e Julieta? Tristão e Isolda? E as tragédias gregas? Só em Zorba o Grego é que todos acabam na praia.

O homem só será feliz quando aceitar suas limitações, sua condição humana. Já Sartre afirmava que a angústia humana é natural.







quinta-feira, 19 de maio de 2011

EXPOSIÇÃO DE FERNANDO PESSOA


Anos de 1960 e minha professora de português nos apresenta ao poeta Fernando Pessoa. Deslumbradas com a efervecência dos tempos comíamos chocolates como se devorássemos a verdade. Acreditávamos que ela existia e encontraríamos em algum lugar. Recitávamos pelas ruas seus versos. Um dos meus preferidos a tabacaria.

TABACARIA
Não sou nada.
Nunca serei nada.
Não posso querer ser nada.
À parte isso, tenho em mim todos os sonhos do mundo.
..........................................................................................................................
Estou hoje vencido, como se soubesse a verdade.
Estou hoje lúcido, como se estivesse para morrer,
............................................................................................................................
Que sei eu do que serei, eu que não sei o que sou?
Ser o que penso? Mas penso tanta coisa!
..........................................................................................................

O mundo é para quem nasce para o conquistar
E não para quem sonha que pode conquistá-lo, ainda que tenha razão.
Tenho sonhado mais que o que Napoleão fez.
Tenho apertado ao peito hipotético mais humanidades do que Cristo,
Tenho feito filosofias em segredo que nenhum Kant escreveu.
Mas sou, e talvez serei sempre, o da mansarda,
Ainda que não more nela;
Serei sempre o que não nasceu para isso;
Serei sempre só o que tinha qualidades;
Serei sempre o que esperou que lhe abrissem a porta ao pé de uma parede sem porta,
E cantou a cantiga do Infinito numa capoeira,
E ouviu a voz de Deus num poço tapado.
‘’’’’’’’’’’’’’’’’’’’’’’’’’’’’’’’’’’’’’’’’’’’’’’’’’’’’’’’’’’’’’’’’’’’’’’’’’’’’’’’’’’’’’’’.
(Come chocolates, pequena;
Come chocolates!
Olha que não há mais metafísica no mundo senão chocolates.
Olha que as religiões todas não ensinam mais que a confeitaria.
Come, pequena suja, come!
Pudesse eu comer chocolates com a mesma verdade com que comes!

domingo, 3 de abril de 2011

Os Beatles

Escolho um CD dos Beatles. Uma paz me percorre. Quanto tempo demorei para entender que eles foram e são anjos.  Conseguiram ser os anjos Gabriel, Rafael, etc e Lúcifer o mal. Conheceram o céu e o inferno. Foram apedrejados e ovacionados. Foram homenageados depois de muitas provações pela rainha da Inglaterra. Modificaram minha era... Assim como James Dean e Elvis Presley. Até hoje alegram nossas vidas. O mais importante: não tiveram medo de ousar. Respeitaram seus sonhos. Vocês vão dizer. se drogaram. Sim. Não afirmei que foram até o inferno? Para nos dar o Céu.

quinta-feira, 24 de março de 2011

O MUNDO MÁGICO DE ECHER E NOSSA AUTO-IMAGEM



O Mundo Mágico de Echer tem uma correlação imediata com a  maneira de olharmos, vermos ou percebermos o mundo. E’ um padrão que cada um de nós adquiriu de encarar a realidade. De lidar com os sentimentos e comportamentos. Ora uma situação é figura, ora fundo. Pode ser o copo meio cheio ou meio vazio.

Este olhar influi na nossa auto imagem e em todos os nossos padrões e

 quando não conseguimos ter a flexibilidade suficiente para mudarmos impossibilitamos nosso potencial de crescimento e felicidade.  Hoje retornando do CCBB, vi na rua uma moça andando e cantando como  se estivesse num coral ou palco. Imediatamente pensei: acho que está perturbada. Em seguida: pode estar ensaiando, espantando seus males ou ?...

A cada manhã  o sol nasce diferente. A cada noite o por do sol é o mesmo? Nosso olhar para a vida pode ser mágico. Podemos nos aceitar com outro olhar. Por que não?

terça-feira, 15 de março de 2011

O que Deseja Uma Mulher

 Com a reapresentação da novela “O Clone”e com o dia Internacional da Mulher que foi em pleno Carnaval gostaria de reeditar o texto escrito em 2004, mas sempre atual.


Há muitos e muitos anos atrás existia um certo Rei Artur quer fazia parte dos cavaleiros da Távora Redonda e que foi abordado por um homenzarrão- um tal de Sir Gromer -  que numa de suas caçadas o ameaçou de morte. Pior... Exigiu que dentro de um ano lhe trouxesse a resposta ao enigma: “O que é que uma mulher mais deseja no mundo?”

Rei Artur acompanhado de seu sobrinho – Sir Gawain -  contou-lhe abatido o que sucedera. Ficou combinado que cada qual iria para cada lado para obter a resposta.

“Por um caminho o rei, Gawain por outro,

Perguntando a mulheres, a homens a todos:   As mulheres, que é que elas mais querem?

Uns disseram: estar bem enfeitadas;

Outros: juras galantes – gostam delas;

Outros: que homem vigoroso

As tome nos braços, beijando-as sem demora.

Alguns disseram isso, alguns aquilo ...“

Foram muitas as respostas a Gawain  Ninguém soube lhe responder.

Tempos passaram e surgiu um tal de Sigmund Freud criador da psicanálise que ao atender as suas pacientes  ao final de suas conclusões também se perguntou: Mas, o que realmente deseja uma mulher?

Voltando ao Rei Artur, ao faltar um mês para que desse a  resposta- se não desse seria morto - surge uma bruxa que lhe dá a resposta: “Acima de tudo o mais uma coisa habita a nossa fantasia, desejamos sobretudo a soberania”. Soberania esta que significa ter o desejo de um homem submetido a mim, mulher.

O que deseja uma mulher? O que deseja Jade? Ficar com Lucas? Este representa a idealização do amor perfeito. Ficar com Said?  Este a deseja terrìvelmente. Mas, representa a falta do amor idealizado... Ficar com quem?

Faz parte do universo da mulher histérica seduzir com afinco para largar e com ninguém ficar. Faz parte ficar com a falta – tem todos e está só pois não tem ninguém. Não consegue lidar com a imperfeição do ser humano e por conseguinte com  seus relacionamentos que são constituídos e reconstruídos pelo dia a dia da realidade e não da imaginação.

Devido a isto  – sobretudo nós mulheres – ficamos estagnadas, identificadas e maravilhadas com a Jade percorrendo o caminho que afinal e sim finalmente encontrará o grande Amor e sobretudo perfeito e inalcançável... Mas, quando e com quem? Não faz parte da mulher a sedução?.

sábado, 8 de janeiro de 2011

O Ano SatâNICO

Nada sei sobre a ano sabático. No entanto preciso compactuar-me tal qual Fausto com vender... Esperem... Dorian Gray foi quem vendeu o corpo. Ontem, demorei a dormir e mil pensamentos  inundaram minha mente. Vender minha alma? Jamais. No entanto, no entanto, este corpo está mais cansado do que minha mente consegue acompanhar. Que tal vender meu corpo? Plástica? Superficialidade que não devolve a elasticidade e a plasticidade da juventude?

Um diálogo com o Diabo foi estabelecido. Gastei tanta energia sendo ética e o que aconteceu? Mais impostos para pagar. De hoje em diante serei satânica. Adoro roupas vermelhas... Minha cigana lembrou-me: elas pertencem a mim. Sempre tive muito fogo com ascendente em Sagitário e signo em Libra me implodo no ar. Isto pertence à astrologia.

Mentira: O vermelho é minha cor e a   intensidade de meus desejos e sentimentos a mim me pertencem. Gostaria de dividir algumas vezes com você. Mas, quem suportaria tal vulcão dentro de mim? O que me acalma? Vender minha alma? Não e NÃO. Ela a mim pertence. Pare de me seduzir. O que desejo? Recuperar a energia dos meus trinta. Não,  já é suficiente a dos cinqüenta...

Ah! Sim. Vocês dirão: ela está deprimida e não admite envelhecer. Mentira! Estou ótima... Vivo plenamente o dia a dia. Apenas preciso diminuir meu ritmo. Incompatível com meus desejos... O que fazer?  Deparar-me com minha impotência?  Não fugi sempre dela?

Agora cá ente nós,  se não existisse o celular, internet, etc.. será que estaria mais  calma? Ou mais entediada?  Será que diminui o meu ritmo ou o modifiquei com tantas informações?