sexta-feira, 1 de janeiro de 2010

Roma e o reencontro com as meninas

Acordo, tomo meu café e zarparei para o Geogia Hill que fica perto da Praça São Pedro.

Peço que chamem um taxi e lá vou eu por caminhos desconhecidos. Por uma Roma que vive com seus lares em casas com jardins e apartamentos longe do centro. Por vezes acho que o taxista está me levando por caminhos que nada levam. Mas, eis que chego e não acredito que funcione num prédio normal um b/b. Vinte e oito euros. Salto. E surpreendo-me porque fica num prédio normal, misto de comercial e residencial. Adorei o elevador antigo que precisamos abrir as portas. Toco a campainha e abro a porta e lá está um dominicano a gesticular porque fui para o andar acima. Desço e ele extremante solícito me aguarda e diz que o quarto não está pronto, mas... Pergunta-me por Luisa e Mica e por Bruno. Vejo amor nos seuas olhos e carinho. Estão todos bem. eço água e ele me dá. Quer tomar café? Já tomei, agradeço. Como nos falamos? Ingles, espanhol, gestos, e principalmente, quando se quer comunicar. Pergunto a ele onde comprar uma máquina digital? Ao lado. E foi ao lado que a encontrei na loja com um italiano jovem, gentil e super lindo. Quisera ser jovem, mas???

Agora estou mais poderosa com minha máquina. Saio e fotografo a Praça de São Pedro e outras coisitas mais. Ontem enviei uma mensagem para a Stela se não poderíamos nos encontrar em Roma. A mensagem surge. Às treze horas estaremos na Praça de São Pedro. Espero-as. Elas surgem e os abraços foram ótimos. Com que alegria nos reencontramos. Parece até que sempre nos conhecemos. E lá vamos nós com aquele vigor... Andamos da Praça São Pedro até o Coliseu. Dá para acreditar? Mas, vamos por parte. Estou aqui não é o que importa?






Nossas próximas fotos são do Castel Sant’Angelo. 


Calma, não almoçamos aí.



Passamos por aqui.






Por aqui e depois... Rio Tibre...

Por aqui.



O engraçado é que pouco sei sobre as meninas. Stela é advogada e Marina farmacêutica. Ambas moram com os pais e não têm namorado. Elas souberam que tenho dois filhos, duas netinhas, viram os retratos delas na minha carteira, e agora que sou psicóloga. Ah! Elas me falaram que as mulheres , lembram-se delas, aquelas que só reclamavam, pois é, em Frankfurt arrumaram mil confusões segundo as meninas. Elas souberam que sou psicóloga porque me perguntaram como é que eu sabia que elas eram chatas...

Não somos de ferro e o estômago está a reclamar. Stela fala que irá desmaiar. Rumamos para a Piazza Navona que elas ainda não conhecem e uma fina chuva cai. Abro meu guarda chuva e compramos uma pizza al taglio de funghi e alcachofras. Vocês querem um pedaço? Stela fala que precisa tirar uma foto para que meus filhos vejam a figura...













Agora já mais felizes continuamos nosso trajeto e nos deparamos com o Pantheon que é o templo dos deuses. E’ a construção antiga mais extraordinária e bem conservada da cidade segundo o guia visual da Folha de São Paulo. No interior, um domo com raio igual à altura do cilindro garante com a abertura circular “o oculus” a entrada de luz. Abaixo tentei fazer uma montagem do que seria o interior. Mas, aconselho a irem lá ver.



Sim, estamos saindo e agora para onde vamos? Falo que vou ao Palatino e Foro Romano. As meninas dizem que irão comigo e depois seguirão sozinhas para o Coliseu que ainda têm muito a ver. Mas, antes passamos pela Piazza Venezia que fica no sopé da colina do Capitólio e é o centro do tráfego da cidade. Wikipédia afirma: “ Ao lado da praça rectangular ergue-se o imponente Monumento Nacional a Vitor Emanuel II também chamado Monumento ao Soldado Desconhecido....O lado ocidental da praça é ocupado pela fachada renascimentista do Palácio que foi, por um breve período, palácio papal entre 1564 e 1797, sede da representação da Repubblica Serenissima, cognome atribuído pelos estados Pontifícios. A fachada deste edifício pertence à memória dos habitantes, já que era nas suas varandas que Benito Mussolini fazia os seus discursos, nos anos do fascismo. Atualmente é um museu”.




Passamos ràpidamente por aí e cá estamos nós.

Cansada, eih!...Onde estamos?

Acertaram, no Foro Imperial e Palatino que não consegui distinguir onde termina um e inicia outro. Deixo esta tarefa para vocês.












Mas, é hora da despedida. Lá vão elas para o Coliseu e eu continuo minha visita por aqui até cansar...

Tchau meninas. Agradeço a vocês o carinho mais uma vez e a paciência. Aproveitem bastante o resto da viagem. A vida é assim cada um escolhe um rumo. Por vezes nos encontramos e noutras temos que nos separar. Foi muito bom ter conhecido vocês, com suas espontaneidades e generosidades. Com espírito de aventura. Au revoir. Arriverdeci. Bom Giurno. `A demain.

Penso que agora realmente de hoje em diante estarei apenas comigo. Mas, estou feliz. Depois de dia extenuante tomo o metro e volto para o b.b. minha mala lá está dentro do quarto e fico admirada com a beleza e requinte. Tudo muito bem arrumado. Não encontro ninguém, mas tomo um bom banho e lá vou eu para minha refeição maior do dia.

Percorro a rua e resolvo parar num que achei mais simpático e com preços mais convidativos. O cardápio, ah, dúvida atroz... O que escolher? Uni,du,ni tê. Um sorvete colorê. Vocês podem me ajudar? Peço ajuda ao garçon misturando inglês com já nem sei mais que língua é esta. Solícito fala que recomenda ou a pasta com vôngoles ou misto de frutos do mar fritos. Que frutos do mar? Lulas e camarões. . Fico mais confusa porque quero os dois. O problema da escolha é sempre este. Queremos os dois. Penso, como um hoje e amanhã o outro. Como as meninas me exauriram e estou faminta porque o dia foi cheio de emoções peço a pasta. Bingo fala o garçon em italiano. E me traz pão. Peço vinho da casa. E já penso: Qual será meu roteiro amanhã? Sossegue, Vera, amanhã é outro dia. Coma e deguste do agora. Foi o que fiz.

Divino o prato. Leve, mas que me satisfaz. ...Vocês não acham que mereço dormir um pouco? Até amanhã e bom sono para vocês...


Roma - terceiro dia

Hoje tenho o dia livre. Depois do café resolvo ir até o Coliseu. Bingo!''. Consigo sem me perder. Mais fila de turistas. Atrás de mim, um casal. O homem reclama: Não quero mais saber de nada, nem da história, se quiser acesso a internet. Eu quero mesmo é um bom bife com arroz e feijão. “Meu filho é que está feliz lá comendo isto.” A mulher engole calada. E eu que não tenho nada a ver com isto me intrometo. “Vocês já experimentaram o risoto e os frutos do mar?” A mulher sorri entendendo meu pensamento e o homem, “será que esta fila é para comprar ou para entrar?” E eu respondo. ”Aquela do lado é para os grupos que já têm ingressos. A nossa é esta mesmo.”

O Coliseu foi construído em cinco anos, de 75 a 80 d.C. Não era no Coliseu que os leões comiam os cristãos. Ele ainda não era construído. Seu verdadeiro nome é Anfiteatro Flávio. O nome de Coliseu vem da proximidade com o Colosso de Nero e por suas enormes proporções. A finalidade era divertir os romanos assim como alimentar o espírito guerreiro. Era um Circo (ludi circenses). No Coliseu eram os gladiadores que se enfrentavam e sempre havia mortes. Ou entre eles ou entre eles e os animais. Por vezes enchiam-no de água e travavam batalhas navais. Tudo é bonito, mas soa melancólico para mim. Creio que pelas energias de tantas mortes.

Vocês estão sentindo falta das fotos? Hoje é domingo e o comércio está fechado. Prometo que amanhã sem falta comprarei a máquina e aí sim, vocês me verão. Mas,





O centro de Roma apresenta ruínas que se conservam impedindo que o metro passe por lá. E’ uma civilização da qual herdamos tantas coisas, inclusive nossa língua. O ingresso para o Coliseu dá direito a visitar por dois dias o Foro Romano e o Palatino. Deixarei para amanhã, pois quero fazer um tour com o ônibus dos turistas. A primeira parada é na Boca da Verdade. Pena não ter tirado foto. Coloco minha mão lá e peço que a verdade sempre apareça na minha vida. Meu nome não é Vera? Significa: a verdadeira. Arrependo-me de não ter comprado uma para colocar na minha casa. Quem aqui vier que seja verdadeiro. Não me traia. Mas, agora já sei, sempre existe a boca da verdade... Se me traíres a verdade aparecerá. Não para mim, mas para você. Esta escultura é supostamente uma tampa de esgoto da época de Nero. Durante a Idade Média tinha a função de um juiz popular no caso de suspeita de infidelidade conjugal. Caso o suspeito enfiasse a mão nela e aquela fosse decepada seria condenado a culpado.



Você teria coragem de colocar sua mão? Seja sincero... Nunca , mas, mesmo nunca? Não imposta, sempre guardamos alguns segredos para nós. E aquele dia, eih?...

Retomo o ônibus e me deparo com a Piazza Navona, vocês ainda se lembram que estou no ônibus de turistas? Vocês ainda se lembram que é domingo? A praça cheia de artistas a vender suas obras. Está alegre e o dia bonito em Roma. Resolvo dar uma parada e aí almoçar. Sempre levo torradas e queijo camembert para agüentar minhas perambulações sem comer. Já havia no Capitólio tomado um capuccino e depois um gelatto. O restaurante que escolho depois de ver os preços. O que como? O garçon se aproxima e falo em inglês. Ele me interrompe e “Não faça tanto esforço, sou cearense, brasileiro, casei-me com uma italiana. Trabalhei durante quatro anos no Porção de Ipanema”. Sim, e o que você me aconselha? Faminta devo ter devorado a pasta com voracidade. A diferença entre Roma e Paris é que em Roma o pão é cobrado, 2 euros. Em Roma as toalhas são sempre lindas e adamascadas, em Paris como no Brasil, papel.

Esta praça é de estilo barroco e possui o estilo de um estádio romano do sec./I d.C. Foi erguido por Domiciano e usado para corridas de bigas e outros esportes. A “Fontana dei Quatro Fiumi” é a mais grandiosa de Bernini. Personificam os quatro rios mais conhecidos na época _ Nilo, Prata, Ganges e Danúbio.





Nossa embaixada

Próxima parada é Piazza di Spagna. Gostei muito dela e voltarei algumas vezes. O comercio é mais farto. Perambulo pelas lojas.Mesmo em sendo domingo estão abertas. Minha filha pede que compre um relógio para o Marcio da Swactzz. Encontro uma loja e 110 euros. Acho a pulseira muito clara. Fico na dúvida e prefiro esperar e amanhã ligar. Meu coração está repleto de saudades.Mas, também repleto de coisas que jamais se repetirão. Devo aprender que se deve viver a cada momento da melhor maneira possível mesmo que se estando só. Será que ainda não aprendi?

No meio da Piazza di Spagna existe a Fontana della Barcaccia, projetada por Pietro Bernini. Essa fonte deve seu nome à sua forma de barco meio submerso feita em entre 1627 e 1629, época em que o rio Tibre transbordou e suas águas trouxeram um barco até este local!

Seu nome vem do sec. XVII no qual era propriedade da embaixada da Espanha. Voltaremos a ela depois, combinado?



A próxima parada deveria ser Fontana di Trevi, mas me perco e ando muito e lá estou a deslumbrá-la. Mas, isto fica também para o depois. Se vocês conseguirem me acompanhar deslumbrarão algumas outras coisas a partir de amanhã. Volto para o hotel e decido degustar um risoto. Com vinho, certamente... Arrumar as malas. Amanhã irei para Georgia Hill, bed and breakfast da prima da minha nora. Ficarei por cinco noites a percorrer o que ainda não vi.

E' o final dos serviços da Marsans e da Special Tours. deixo um cartão de agradecimentos para Ana. Mas, é o continuar do meu caminho. Talvez amanhã consiga rever as meninas